Língua inglesa, transculturalidade e transdiciplinaridade no ensino fundamental I: Percursos e representações docentes

Autores

Joana de São Pedro Inocente
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Palavras-chave:

Língua inglesa, Estudos interculturais, Abordagem interdisciplinar do conhecimento, Professores de inglês

Sinopse

Esta obra é um estudo de doutorado que teve por objetivo investigar as bases e oportunidades para um trabalho de natureza transdisciplinar e as visões de língua inglesa e cultura que circulam nas aulas de uma professora de inglês no fundamental I (EFI) e a relação dessas visões diante de uma orientação formativa e crítica no ensino de línguas. A importância deste trabalho reside na lacuna existente na formação de professores de inglês para o EFI não contemplada pelos cursos de Letras ou de Pedagogia (GIMENEZ, 2013). Apoio-me, em termos teóricos, em Bakhtin/Volochinov (2014[1929]) para pensar uma visão de língua a partir do dialogismo; na prática translíngue proposta por Canagarajah (2013) para questionar visões monolíticas de língua inglesa e na pedagogia do translinguismo para a prática de sala de aula (GARCÍA; WEI, 2014); em Bhaba (1994), Kramsch (2009), Cox; Assis-Peterson (2007), Maher (2007) e outros para pensar a transculturalidade. Com relação à criança no fundamental I, recorro a Vygotsky (1978), trazendo uma visão sócio-histórico cultural, a qual condiz com o dialogismo bakhtiniano, na leitura de Mateus (2006), Magalhães (2009), Newman; Holzman (2002), entre outros. No que diz respeito à transdisciplinaridade, trago as definições de Nicolescu (1999); Moraes (2015); Libâneo (2010) e Santos (2010). A fim de que o ensino de inglês para o fundamental I seja pensado sobre bases de formação crítica, ética e cidadã, apoio-me em Winograd (2015), Rocha (2012), Liberali (2012); Menezes de Souza (2011) e Monte Mór; Menezes de Souza (2006). Quanto à metodologia, configura-se como um estudo de caso (YIN, 2010) de uma professora de uma escola particular do interior do estado de São Paulo. Para a geração de dados, foram observadas vinte e cinco aulas de segundo a quinto ano de fundamental I. Ao longo desse processo, houve seis momentos de entrevistas semiestruturadas (LÜDKE; ANDRÉ, 1986) com a professora-participante, fonte secundária de dados, para dar suporte à análise das aulas. A análise propriamente dita se deu por meio da recontextualização das propostas de Smyth (1989, 1992) e de Liberali (2004, 2012) de descrever as aulas, informar em quais bases teóricas se constituíram, confrontar com os valores veiculados pela professora-participante nas entrevistas, com as teorias defendidas nesse estudo e reconstruir perspectivas e minha própria prática de formadora de professores. Durante e após a análise das aulas observadas em interlocução com as entrevistas semiestruturadas, procurei propor olhares plurais para as práticas. Desse modo, exemplos concretos para a sala de aula se construíram. Em seguida, são apresentadas propostas embasadas na transdisciplinaridade, no translinguismo e na transculturalidade, para o ensino e a aprendizagem de inglês no EFI. Tais propostas configuram-se como roteiros abertos e não modelos engessados e podem vir a ganhar vida em minha própria prática de formadora ou na sala de aula de outros professores de língua inglesa no contexto de EFI. 

Biografia do Autor

Joana de São Pedro Inocente, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Doutorado e mestrado em Lingüística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Graduação em Letras pela Universidade Paulista (UNIP). 

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Publicado

5 outubro 2021

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